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sábado, 9 de abril de 2016

Apologética - III

Alô amigos da rede... erh... Alô amigos! Então, no último post tratamos um pouco do que a Palavra de Deus fala sobre a racionalidade de Deus e a “racionalidade” dos homens. Hoje vamos tratar de um assunto que é central na Apologética: atacar! Lembra como falamos que nossas falas não devem constitui apenas defesas, mas também ataques àquilo que não é bíblico? Pois é, vamos desenvolver.


Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo," (II Co. 10:3-5)

Quando estamos conversando com alguém sobre nossa fé, muitos são hostis, mas nem todos são assim. Alguns são corteses, parecem até sinceros, mas, infelizmente, perante os olhos de Deus (que enxerga as intenções do coração e não a aparência), eles ainda são rebeldes que não conseguem evitar ofender a Deus (podem até mesmo estar se enganando, achando que estão conseguindo).

Por isso, é preciso entender que: qualquer engajamento intelectual entre um cristão e um não-cristão é uma batalha espiritual. Os sinais dessa batalha nem sempre vão se manifestar de maneira física porque a verdadeira hostilidade está no campo espiritual.

Muitas vezes, fazemos abordagens e encontramos pessoas que parecem tão "compreensivas", que ao invés de estarmos apologeticamente pregando a palavra, parece mais que estamos engajando apenas em um diálogo amigável. Porém as mentes destes dois indivíduos não compartilham da mesma realidade, pois eles a enxergam de maneiras diametralmente opostas. Nós devemos encarar a situação como Deus a encara:

"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entra a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?" (II Co. 6:14)

Agora estamos vendo que qualquer interação intelectual entre cristãos e incrédulos se trata de uma batalha e não apenas um diálogo. Com isso, se estamos pensando em uma batalha, temos que lembrar que a luta consiste tanto em ataque quanto em defesa. Vejamos algumas estratégias do oponente:

Quando o incrédulo entra numa discussão, ele não acha que você vai estar correto, pois não consegue conceber que o Cristianismo seja a única verdade. Por isso, ele não aceitará a derrota, porque, na cabeça dele, você simplesmente não pode estar totalmente correto. Por conta disso, sempre que ele se ver encurralado, ele recua e tenta contra-atacar mudando o seu argumento inicial.

É aí que está nossa chance: com cada argumento dele, nós devemos contra-atacar numa ofensiva que mine a noção dele de racionalidade. A ideia é tentar demolir o pensamento dele de modo a demonstrar que a base que ele pisa (a qual ele julga ser absolutamente firme) não é sólida. A nossa estratégia consiste em atacar tudo na cosmovisão do adversário. 

Note: isto não deve ser uma tentativa de impedir o progresso do debate! Não. Mas este deve ser a nossa estratégia norteadora, porque ao atacar os princípios por trás do discurso do oponente, você impede que ele consiga construir argumentos maiores baseados em falácias. Isto nos é útil porque o incrédulo, que frequentemente nos acusam de irracionais, não terão como protestar se seguirmos um padrão de racionalidade rígido e correto, que eles mesmos não conseguirão derrubar. 

A estratégia é: descobrir as premissas subjacentes e atacá-las. Analisar os silogismos subtendidos nas falas dos incrédulos. Questioná-los sobre os pontos aparentemente menos importantes, pois, dessa forma, ele nem terá chance de construir sua argumentação principal.

Demande que ele explicite seu raciocínio, ou seja, você deve fazer perguntas para que ele demonstre que o que diz é logicamente formulado. Se ele não conseguir fazer isso, então o irracional é ele. Nós não podemos somente ficar na retaguarda esperando ataques, devemos questionar o outro e fazer com que ele se responsabilize pelas suas objeções e declarar abertamente as premissas por trás delas, provando que estas são verdadeiras.

Quer um exemplo? O incrédulo pergunta: "Se Deus existe, porque há mal no mundo?". Neste ponto, muitos cristãos fazem milhões de malabarismos para tentar responder, quando deveriam simplesmente perguntar: "E daí? Qual é o problema disso?". Olha só o que fizemos: agora nós estamos no ataque!

O incrédulo fez uma pergunta com diversos silogismos por trás: o principal deles é que ele entende que se Deus existe então o mundo deveria ser perfeito. Mas como ele chegou nessa conclusão? Que argumentos ele pode dar para dizer que isto é correto? De onde ele tirou isso? Viu como é importante que ele demonstre claramente o que quer dizer? Muitos incrédulos nunca sequer chegaram a pensar sobre isso e, de fato, não sabem ou não têm base racional para a maioria de seus argumentos.

Muitos cristãos se afobam em tentar responder assertivas dos incrédulos, quando, na verdade, deveriam é analisar as ideias por trás dos argumentos deles. Por isso é importante ter uma mentalidade bíblica que possa se adaptar a qualquer situação: não dependa de fórmulas. "Ah, se ele disser isso, eu falo isso". Não! Porque você nunca vai conseguir cobrir todas as variações possíveis e vai ficar numa saia justa quando encontrar um argumento para o qual não se preparou.

Outra coisa: nós não estamos nos esquivando das perguntas deles, até porque (como farei em posts mais adiante), podemos responder os questionamentos específicos. O que estamos tentando demonstrar é que as perguntas e objeções dos não-cristãos, no fundo, no seu patamar mais basilar, não fazem sentido algum, pois não são baseadas no logos (Jo. 1:1)!

“Estamos convencidos que, assim como Deus tornou todo o pensamento não-cristão tolo e fútil, todo não-cristão cairá diante de uma pressão racional, pois a Razão de Deus está contra ele [...]” (CHEUNG, p. 28). 

Nossa apologética não pode ser somente uma defesa, fazendo parecer que nós temos que nos desculpar pelo que acreditamos. Nós devemos incansavelmente atacar o pensamento não-cristão com a força imensurável do Autor da lógica! Nós devemos ter a mente de Cristo!

Encha sua mente com a lógica do Autor da razão. Seja Ele vosso guia e vossa luz.

S.D.G.

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