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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Apologética - Bíblia II

Gente, no último post vimos uma introdução para mostrar que o livro que nós chamamos de Bíblia, que entendemos como sagrado, não é simplesmente uma coletânea de escritos humanos. São na verdade textos inspirados por Deus que foram preservados pela providência divina durante séculos para chegarem tal como eram até nós hoje. E não se enganem, há outras evidências. Vejamos.



Sabe a Ilíada, de Homero Homem? Aquela que deu origem até àquele filme "Troia"? Pois é, temos aproximadamente 643 cópias desse livro, que ninguém questiona, que ninguém duvida da história, que ninguém aponta erros gramaticais na cópia do poema ou outros detalhes. Minha gente, só do Novo Testamento são mais de 24.000 cópias! Erros de acentuação, ortografia são tão mínimos que sequer maculam o texto original.

Até mesmo inimigos dos cristãos e dos judeus nas suas respectivas épocas confirmam a existência dos textos. Ora, se até os inimigos demonstram que aquilo já era utilizado e muitas vezes utilizam-se de trechos para reclamar ou argumentar, porque haveríamos de duvidar da sua integridade?

Como se não bastasse, a Bíblia dá evidências internas de sua probidade, como podemos ver nos textos a seguir:

"Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio fora testemunhas oculares e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde a sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que fostes instruído." (Lc. 1:1-4)

Note a preocupação do médico Lucas em instruir corretamente seu amigo Teófilo. Ele não queria que o pobre homem tivesse "meias-verdades" ou "boatos" sobre quem foi o verdadeiro Jesus. Não. Lucas procedeu a uma minuciosa investigação para garantir que o que ele fosse escrever para seu amigo fosse de fato a verdade.

"O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida [...], o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco." (I Jo. 1:3)

O Apóstolo João não é em nada diferente. Ele escreve sua epístola dando, em primeiro lugar, o selo de autenticidade ao que estava falando. Ele não "ouviu falar", ele não "leu isso em algum lugar". Ele estava lá. Ele viu e ouviu. Não falava de algo que ouviu de terceiros.

"Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares de sua majestade." (I Pe. 1:16).

Pedro sabia muito bem do que estava falando. Ele esteve com Jesus até bem próximo do fim. Viu quando o levaram no jardim. Esteve com Ele em diversos momentos marcantes no ministério de Jesus. A Bíblia aponta para seu próprio conteúdo, ela é o seu verdadeiro teste de verificação da verdade.

Como se não bastasse isso, verifique-se também as profecias do Velho Testamento. Pode ser aquelas que apontavam para o Cativeiro, algo previsto com cerca de um século de antecedência. Ou aquelas que apontam para Jesus, nossa! Essas então! A probabilidade de 08 profecias de Jesus estarem corretas, tendo em vista a diferença temporal (e que os judeus não aprovaram Jesus então não teriam razão para mudar o que já estava escrito) é de 1x1017!!

E se ainda isso não for suficiente, aqui vem a mais forte de todas: a Bíblia é a mesma do começo ao fim. Sim, mas e daí? Ah! Imagine que você comece a escrever uma história e peça para seu vizinho continuá-la, mas espere, você não pode mostrar a ele o que você já escreveu! Agora imagine que de algum modo ele continua esta mesma história logicamente e passa para outro no mesmo procedimento.

Agora imagine um livro completo escrito dessa forma começando em 1500 a.C. e terminando em 100 d.C. (de Moisés a João, aproximadamente); imagine ele sendo escrito por mais de quarenta autores, de culturas diferentes (judeus, gregos, outros povos), línguas diferentes (hebraico, aramaico, grego) e mesmo de nível de instrução diferentes (poetas, reis, pastores, pescadores, médicos, etc.). Para que um livro escrito dessa forma tivesse coesão do começo ao fim, só com ajuda divina!

Deus usou diferentes meios para alcançar as diferentes pessoas. É por isso que nós devemos ler a Bíblia dentro de seu contexto, não se pode exigir dela o que você quer, só porque você quer. Narrativas devem ser lidas como narrativas, poemas como poemas, leis como leis e assim por diante. 

Muita gente diz que a Bíblia é imprecisa em muitos versículos. Mas será que o que foi escrito naquela época era impreciso para quem estava naquela época? Pense nos recordes mundiais de velocidade, por exemplo. Há apenas algumas décadas atrás, o nível de precisão era de segundos; hoje, já precisamos partir para os milésimos para vermos as diferenças. Isto significa que antes era menos preciso? Ou que a necessidade de precisão anterior era diferente da atual?

Uma outra evidência é que a Bíblia fala de si mesma. "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." (II Tm. 3:16-17). Isto é a própria Palavra de Deus testificando dela mesma.


Mas... será que além do que está escrito na Bíblia aconteceu algo mais? Será que absolutamente tudo está registrado nela? A resposta encontramos nela mesmo: "Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro." (Jo. 20:30). Mas então porque não tem tudo? A Bíblia também responde: "Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (Jo. 20:31).

Jesus é a Palavra viva, Ele é o tema central das Escrituras. O Antigo Testamento olha para Ele na frente e o Novo Testamento aponta para trás, olhando para Ele também. Não foi a Igreja que estabeleceu isso; a igreja apenas buscou sua autoria, conteúdo e testemunho para confirmá-lo. É por isso que nós devemos obedecer a essa Palavra. É necessário o estudo diário para conhecer o Autor da Palavra. 

Muitas vezes você pode encontrar aparentes "contradições" ou "incoerências". Não as ignore! Estude a Bíblia! Veja se aquilo está errado mesmo ou se há uma explicação no contexto ou mesmo com outro texto da própria Bíblia. Ter fé no Autor da Palavra não é uma fé cega, é uma fé que o incentiva a conhecê-Lo mais profundamente. É conhecer a carta do Pai, para poder se relacionar com Ele.

Leia esta carta. Esta carta que foi trabalhada durante séculos para que você a tenha em mãos. Conheça o Autor dela, Ele tem tanto para dizer a você!

Seja Ele teu guia e tua luz.

S.D.G.

P.S.: para quem tiver interesse, aqui está o exercício.

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