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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Testemunhar do amor - IV

Nem sempre vou escrever em ordem cronológica, até porque minha memória né... sacomé né... Mas vou tentar contar as coisas de forma razoavelmente ordenada, de modo que vocês possam conhecer um pouco do que aconteceu aqui e das bênçãos que Deus derramou sobre minha vida.

Fico feliz por estar usando o blog pra contar um pouco das minhas próprias histórias. Estudos teológicos são bons, mas eles não são a única coisa importante em nossas vidas. Ser um super conhecedor da Palavra de nada vale se este conhecimento não for posto em prática:

Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tg. 1:22)

Meus caros, melhor, muito melhor do que conhecer a Palavra é poder vivê-la no dia a dia. Você não precisa ser cristão para conhecer a Bíblia, eu tive um professor de Antropologia que citava Hebreus em sala de aula! Se ele pelo menos vivesse metade dos textos que citava...

Bom, continuando a história. Naquele primeiro domingo que fui de pronto falar com o Pr. Washington. Reencontrei-o (visto que já o tinha conhecido em maio, na primeira ida) e disse da minha disposição em trabalhar para ajudar a IPSW no que fosse necessário.

Naquela mesma manhã, a Ana pôs uma questão interessante: se eu pediria carta de transferência para trabalhar ali. Expliquei que a questão não era tão simples assim, porque eu não estava na cidade definitivamente, mas estava de passagem, o lance era que esse “de passagem” até poderia demorar um pouquinho (que até demorou mesmo – mas passou muito rápido).

Por isso deixei claro para o pastor que não pediria carta, até porque exerço cargos na minha igreja e não gostaria de deixar as pessoas na mão de repente, especialmente por algo que era bem temporário. Ele entendeu tudo tranquilamente e ficou muito feliz em ter mais uma pessoa para ajudar no trabalho ali.

Este é o Pr. Washington Emrich, da Igreja Presbiteriana do Sudoeste

Também deparei-me com uma surpresa agradável: o Guilherme toca clarinete! Fiquei muito feliz em ver outro músico ali, especialmente com o clarinete, que é meu instrumento favorito da família das madeiras (quase empata com a flauta transversal). Aliás, não sei se foi bem naquele domingo, mas conversamos bastante, de tudo um pouco. Mas lembro que marcamos um ensaio para o sábado seguinte.

A vontade de todos (jovens e pastor), pelo menos ao que pareceu, era de que eu começasse a tocar logo nos cultos e começar a ajudar o quanto antes. Eu entendi que essa era uma necessidade local e eles gostariam de aproveitar logo essa ferramenta que chegava, mas confesso que não achei prudente. Que será que a igreja pensaria em ver alguém que nem conhecem exercendo um ofício? Seria ele crente? Está tocando só porque sabe? De onde veio? 

Entendo que muitos acharão isso supérfluo, que são coisas que não “têm nada a ver”. Mas: “Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão.” (Rm. 14:13). 

Eu, em hipótese alguma, estaria tranquilo com um irmão que prestasse mais atenção ao músico do que à música. Se não me engano foi Martinho Lutero que disse algo como: “Maldito o dia em que eu abrir minha boca para cantar e não louvar a Deus.” Seria simplesmente melhor evitar qualquer tipo de constrangimento por parte dos irmãos, deixando que o Espírito trabalhasse em nós aos poucos. Era preciso ter paciência e fazer tudo “com decência e ordem” (I Co. 14:40).

Talvez eu estivesse sendo extremista, mas calma gente, foi só um dia que não toquei. Kkkkkkk. Sabe porque? Na quarta-feira seguinte, no culto, o Pr. Washington me chamou antes do culto e pediu para que eu tocasse os hinos da noite. Isso foi Deus honrando o trabalho do servo:

O temor do SENHOR é a instrução da sabedoria, e a humildade precede a honra.” (Pv. 15:33)

Creio que a partir daquele dia, todas as vezes que ia à igreja, eu tocava. Não porque ia lá e dizia que sabia e queria e talz, mas simplesmente porque pus-me à disposição do Grande Maestro para que Ele me usasse quando e onde achasse melhor. E Ele assim o fez.

Foi muito bom ter tocado ali, especialmente porque isso gerou novas oportunidades para que outros membros trabalhassem. Eles não ficaram pensando: “Ah, agora tem quem toque, vou ficar aqui de boa”, pelo contrário, era algo como: “Oba! Agora tem mais um que toque, como posso incrementar mais ainda isso?”.

Esse sentimento, esse desejo de servir, deu-me tanta alegria que eu não sentia que estava “trabalhando” na igreja. Pelo contrário, aquilo era meu maior prazer! 

Durante a semana eu estava trabalhando – lembrem-se que não vim a passeio à Brasília – e como não tinha transporte (eu ia e voltava de carona pro trabalho), à noite não rolava sair; o máximo que eu fazia era ir no supermercado ou comer algo fora, mas tudo isso dentro do bairro mesmo e sem poder ficar fora de casa até tarde (morria de medo de sair muito tarde da noite).

Então quando eu chegava na igreja, que reencontrava aquelas faces amigáveis, aqueles irmãos com vontade de estudar a palavra, jovens com vontade de fazer uma música agradável aos ouvidos do nosso Deus, aquilo me enchia de alegria, me renovava as forças para a semana que viria.

Pra quem não conhece, esse é o clarinete. [...] Tah-dah!

Relacionado à música (e muita coisa será, daqui em diante), a Ana mencionou que estava com dificuldade de tocar piano quando o Guilherme estava no clarinete, pois dizia que o som não saía afinado. Expliquei a ela que o problema é que o piano é afinado de forma diferente do clarinete: o clarinete é afinado um tom acima do piano. Então uma música em Ré, para o clarinete, teria que estar em Dó no piano, para que as tonalidades se harmonizassem.

Havia uma solução muito simples: transpor a tonalidade (ou seja, mudar de Dó pra Ré ou de Fá pra Sol, etc.), o lance é que eles estavam com dificuldade de fazer isso. Foi por conta disso que marcamos nosso primeiro ensaio no sábado. O Guilherme traria o clarinete e tentaríamos tocar alguns hinos, transpondo as notas ou no clarinete ou no piano (veríamos como seria melhor).

Durante aquela semana, lembro que transpus alguns hinos para clarinete e enviei para o Guilherme via e-mail, de modo que tivéssemos algo já pronto pra tocar. No ensaio, tivemos um momento de teoria musical: expliquei o básico para a Ana, para que ela pudesse transpor os hinos quando o Guilherme estivesse tocando.

Interessante que, nesse dia, passamos o hino “O Deus Fiel” (NC 32) e, desde então, quase todo domingo a gente tocava esse hino. Kkkkkkkkk. Ninguém aguentava mais. Só porque é um dos meus hinos favoritos.... hehehe.

Naquele dia falamos um pouco sobre a função da música no culto (preparar para a mensagem), sobre música em geral. Resolvemos marcar um outro ensaio para o sábado seguinte, dessa vez incluindo mais músicos. Aliás, até levei o cello naquele dia para tocar com eles, mas acabou que nem deu.

Enfim, consolidava-se nossa amizade ali por meio do Espírito que habita em nós, que usou a música para nos tornar mais próximos. É uma pena que não tocamos mais vezes, teria sido muito bom. Mas Deus é soberano sobre nossas vidas e, se assim Ele preferiu, então era o melhor que poderia ter acontecido.

Continuarei esta história, mas creio que não há mais muitos pontos assim a destacar. Falarei um pouco do primeiro domingo que toquei (e um fail total que dei no final), dos cultos de quarta de forma geral e das programações dos adolescentes das quais participei; ah! Também dedicarei um post mostrando algumas pessoas que conheci aqui na IPSW, pois elas também contribuíram para minha estadia aqui ser proveitosa e agradável.


Até lá, seja Deus vosso guia e a vossa luz.

S. D. G. 

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