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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Testemunhar do amor - II

Bom, tendo o último post em mente, creio que o próximo passo é começar a contar como foi quando cheguei na igreja. Ah! Antes disso, explico: quando saí de Boa Vista, saí com o propósito de trabalhar para o Senhor onde quer que estivesse, e pensei em colocar-me à disposição do Pastor da IPSW, para fazer o que fosse: carregar cadeira, buscar água, o que fosse necessário!

Isso foi uma coisa que aprendi: você não é “chamado” para fazer uma única coisa específica na obra do Senhor. Você é chamado para servir. E pronto. Quem me ensinou isso, com sua vida mesmo além de suas palavras, foi o Missionário Anderson Ricardo, que hoje trabalha em São Luiz, no interior de Roraima.

A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Rm. 1:6).

Paulo se refere aos servos de Deus em Roma como chamados para serem como Deus: “Eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo.” (Lv. 11:45)

O nosso alvo, em servidão a Deus, deve ser simplesmente ser como nosso Deus, seguindo o ideal de Jesus Cristo: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos,” (I Pe. 2:21).

Vocês lembram para quê o próprio Filho de Deus veio ao mundo? Olha só: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mt. 10:45)

É justamente por isso que, quando cheguei na igreja, meu plano era colocar-me à disposição do pastor para fazer o que fosse. Ora, se Deus estava me levando para este lugar e colocando em meu coração a disposição para servir, que eu o faça onde Ele achar que é melhor!

Foi numa quarta-feira, mais especificamente, no dia 16/07/2014 que minha história começou oficialmente naquela igreja. Na verdade, eu já havia visitado-a antes em maio deste ano, porém foi uma passada muito rápida, só deu para conhecer o Pastor Washington (que apresentarei melhor no devido momento).

Às 20h, toda quarta-feira, a IPSW tem seu culto de oração. Descobri que não são muitos que comparecem, até porque, sendo cidade grande, não são todos que conseguem chegar em seus destinos cedo, enfrentando trânsito ou se desvencilhando do trabalho mesmo. A minha tia mesmo, quando eu estava com ela, só chegava em casa em torno de 20h30min. Então essa é a dinâmica da cidade mesmo, especialmente quando nem todos os membros moram no bairro.

Cheguei cedo e encontrei os portões fechados. Aquilo me deixou meio desconcertado. “E agora? Será que vai ter culto? Na placa diz que vai ter... Mas e se justamente hoje foi cancelado...?”. Confesso que fiquei desnorteado, aguardei um pouco ali na frente, já estava pensando em voltar de vez para o apartamento.

Foi quando notei que duas pessoas caminhavam (pelo menos foi o que pareceu) em direção à igreja e uma delas segurava uma Bíblia. Era um casal: um senhor de cabelos brancos, alto, mas de aspecto jovem, parecia ser uma pessoa amigável; e uma mulher, também de aspecto jovem, com um sorriso afável, que parecia ser sua esposa. Arrisquei um contato:

- Boa noite – disse eu meio sem jeito. O casal parou e olhou-me com atenção. – Vocês são membros da igreja aqui? Vai ter culto?
Eles sorriram um pouco e o homem disse:
- Bom, membros não somos exatamente.
- Mas já viemos aqui outras vezes. E hoje acho que vai ter culto sim, o pessoal deve estar chegando – disse a mulher.

Foi ali que conheci o Sr. Neurival e a D. Vera. Eles também estavam vindo de outro lugar (Curitiba se não me engano). Ele havia sido aprovado num concurso e os dois se mudaram para Brasília, tinham chegado não fazia muito tempo ainda (acho que algumas semanas). Seus filhos já eram grandes, mas a saudade se destacava quando falavam sobre eles.

Da direita para a esquerda: D. Vera, Eu, Sr. Neurival e o filho deles que não lembro o nome (kkkkkk)

A noite estava meio fria e nós ficamos parados ali na frente esperando o pessoal chegar (acabou que o zelador estava lá e abriu para a gente). Acho que a minha primeira impressão sobre a igreja começou ali: eu não conhecia aquelas pessoas, nunca tínhamos nos visto, mas o Espírito que habita em mim era o mesmo que habita neles, isso ficou tão claro que mal podíamos acreditar que a poucos minutos não sabíamos nem o nome um do outro.

Que bonito é a verdade da Palavra sendo vivida pelos servos do Altíssimo. Olha o que Paulo falou aos filipenses, desejando que houvesse entre eles a mais terna comunhão:

[...] completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo entendimento.

Isso ocorreu naquele dia. Foi um grande privilégio encontrar irmãos em Cristo logo que cheguei ali. Aquilo tornou o ambiente tão agradável que eu quase já me sentia em casa. Quando os discípulos falaram pra Jesus que sua família o estava procurando, olha a reação dele:

Porém ele respondeu ao que lhe trouxera o aviso: Quem é minha mãe e meus irmãos? E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.” (Mt. 12:48-50)

Jesus não estava rejeitando sua família terrena, que esteve com ele em diversas passagens (Jo. 19:25-27; At. 1:14); ele estava apenas destacando que havia uma família muito maior, com laços no mínimo tão firmes quanto aos de uma família de sangue. A família espiritual faz com que o servo de Deus esteja em casa por onde quer que ande. Qualquer pessoa que hoje more fora de casa pode confirmar isto.

Me pergunto se não devo parar por aqui... Acabei falando de dois assuntos diferentes... Primeiro que vim para trabalhar, e que esse é o dever do servo: simplesmente servir; mas também destaquei a importância da família de Deus.

É, minha gente, vamos ficar por aqui. Estes dois aspectos são muito importantes na minha chegada. Porque a disposição para servir aliou-se com a boa recepção que tive por parte da igreja, que logo de cara me fez sentir-me em casa. Tudo isso era Deus confirmando aos poucos em meu coração Seu bom propósito.

No próximo post falarei um pouco sobre aquele culto de quarta-feira, quando conheci o Guilherme e a Ana, dois adolescentes (quase jovens) que tiveram grande importância na minha estadia aqui, e com quem, se o Senhor assim permitir, ainda hei de partilhar muitas histórias.


Seja Deus vosso guia e vossa luz.

S. D. G.

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