Então aqui estamos. Depois de responder algumas perguntas de forma honesta (assim penso) e trilhar um pouco o caminho da reflexão, vou continuar na jornada de tomar uma decisão conforme a vontade de Deus e verificar se devo migrar minha literatura do Brasil para os EUA. Hoje quero trilhar o caminho do aconselhamento.
Segundo Heber Campos Jr., a marca de um cristão maduro é sua capacidade não só de aceitar conselhos como até mesmo de os buscar. A Bíblia está repleta de textos que nos incentivam a nos apoiar e ajudar mutuamente. É por isso que o caminho do aconselhamento necessariamente passa pela igreja. O sábio precisa ter humildade de buscar outros sábios para que possa entender melhor o que pensa.
Foi o que fiz. Comentei essa decisão com algumas pessoas, mostrei um dos posts dessa série, e colhi algumas impressões que gostaria de compartilhar aqui.
Todas as pessoas com quem falei encaram que, realmente, não há pecado nenhum em querer mudar a literatura para outra área, o lance mesmo são as motivações e como vou fazer isso. Um irmão inclusive mencionou que existe uma boa quantidade de autores que migram para a língua inglesa justamente por causa das vantagens que citei no post passado.
Este mesmo irmão, que é das Letras, trouxe um insight muito interessante: como eu enxergo meu papel como autor? Escrevo para ter reconhecimento? Por uma causa? Como expressão? Por curiosidade? Examinar a razão de escrever pode ser muito útil em desvendar as motivações do coração.
Uma outra pessoa me falou algo muito interessante. Quando leu meu post com as cinco perguntas (esse aqui), achou minhas observações bem honestas, mas fez uma ressalva:
Edificar, ser útil, e glorificar a Deus não está relacionado à quantidade. Em que pese a quantidade seja um fator que pesou na sua decisão, creio que isso não pode ser usado para validar a decisão nesses quesitos. [...] Ter mais pessoas lendo seus livros não significa que isso será mais útil ou que redundará em mais glória a Deus.Pra mim, a análise aí é qualitativa, e essa análise já foi feita quando decidiu escrever e o que escrever. O que quero dizer é concordo que não há nada pecaminoso nessa escolha, e que escrever em inglês redundará em glória a Deus tanto quanto escrever em português.
Juntando esses dois comentários, percebo que me perdi no meu caminho de escritor. Quando lancei meu primeiro livro estava muito claro para mim que aquilo não era obra das minhas mãos; mas acho que no caminho eu fui pendendo cada vez mais para outro lado. Se é pra começar de novo em outra seara, que seja do jeito certo, entendendo que não é a quantidade, mas a qualidade e o porquê de escrever.
Quando comentei com meu pastor, ele também não viu problema nenhum com essa questão. Se a oportunidade apareceu e não há nada de pecaminoso, então que se aproveite a oportunidade. Quem sabe o que o Senhor tem reservado?
Salomão foi extremamente sábio ao dizer que: "Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança." (Pv. 11:14) e Heber Campos Jr. também ao ressaltar a importância do caminho do aconselhamento numa tomada de decisões saudável.
Isso, na verdade, nada mais é do que a igreja. Fomos salvos para estarmos juntos. Um crente que quer estar separado de outros crentes não entendeu para quê foi salvo, é uma contradição. Jesus nos salvou para que estivéssemos juntos, justamente para momentos como esse. O conselho e apoio que recebo de meus irmãos e da liderança nada mais são do que um reflexo do Espírito de Cristo que atua no povo. Obrigado, Senhor, por fazer parte da igreja viva de Cristo.
Depois volto com mais reflexões e pensando como tomar decisões segundo a vontade de Deus.
Até lá, seja Deus vosso guia e vossa luz.
S.D.G.
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