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sábado, 22 de março de 2014

O Compositor - I

Nestes posts que se seguirão, vou tentar contar um pouco da minha história como músico e compositor. Não que eu seja um músico/compositor completo. Longe (mas muito longe) disso! E não interpretem isso como uma exaltação ao ego, mas como um testemunho da glória do Senhor em minha vida.

Não sei ao certo como tudo começou. Acho que, afinal, nunca sabemos. 
Mesmo assim, tento começar do começo. 

Creio que foi algo em torno dos sete anos de idade. Ou teria sido oito? Seis creio que não foi, porque estaria muito novo... Pensando bem, acho que sete também está errado.. Olha, eu devia ter entre oito e nove anos de idade.

Eu sempre gostei de música. Fato. Mas meu gosto musical nem sempre foi muito apurado. Lembro-me que costumava ouvir todo tipo de música, sem desgostar nada em específico. Era também altamente volúvel no que tange a bandas "da moda" ou em alta.

Quem vem aqui em casa, logo que entra, encontra-se na sala de estar. É um cômodo não muito grande, mas que comporta tranquilamente dois sofás, uma mesinha de centro e um hack com uma televisão em cima. Por mais que os móveis tenham mudado, este sempre foi o layout da sala, desde que me lembro.

Isto é relevante porque (e isso ocorre até hoje), na primeira gaveta do hack, onde fica a TV, costumamos(ávamos) guardar os nossos CDs de música. E tínhamos música de todos os tipos. E eu gostava, sabe Deus por que, de arrumar aquela gaveta. Era uma diversão e tanto... Vai entender!

Não sei como foi especificamente, se eu estava arrumando porque alguém mandou ou só porque estava curioso mesmo (isso eu sempre fui). Mas o que aconteceu foi que, ao mexer entre aquela diversidade de CDs eu me deparei com um que não era como os outros.

Confesso que estou tentando lembrar como era a capa dele, qual foi a origem... Mas é uma pena que não consiga. Conversei com meu pai e ele disse que foi um CD que veio junto com uma revista, e ele acha que foi a Exame.

(Acabei de fazer um exame aqui nos álbuns de casa e não consegui identificar o móvel que estava. Acho que era um de madeira cor de vinho, com aqueles espaços para colocar CD).

Graças à tecnologia moderna, acabei de achar na internet qual era o CD:


Foi este aí. Eu fiquei curioso, especialmente por causa da capa e do olhar do personagem. Por algum motivo desconhecido resolvi colocar para ouvir... Rapaz... Nem lembro direito como foi... Mas lembro que não achei nada mais bonito do que aquela melodia do Ato II, Nº 10, Cena:

Eu achei isso tão belo... Tão mais profundo do que qualquer coisa que eu já tivesse ouvido ou lido...

Isso me fez pensar. Não em algo específico, não era uma palavra, não era uma ideia, não era... Não era nada que eu já tivesse visto antes... Era simplesmente... Som... Era música.

E lembro que gostei tanto que eu ouvia com frequência, e imaginava os mais diversos cenários, como se filmes passassem na minha cabeça e eu ouvisse essas melodias tocando (Que filmes? Sei lá!). E com o passar do tempo, passei a ouvir mais detalhes:

A atmosfera de mistério que esse acorde criou na minha cabeça, era suficiente pra que eu ficasse concentrado pelo resto da música, imaginando o que aconteceria com aquela melodia naquele ambiente nebuloso.
É claro que na época eu não entendia nada disso de acordes, tremolos, ou whatever, mas aquilo me fascinou...

E a partir daí, passei a explorar cada vez mais esse CD.

E claro, que, com certeza me apaixonei logo em seguida pela Marcha Eslava. Nossa! Quantas histórias eu imaginei com essa peça! Quantas cenas de aventura não se desenrolaram na minha mente!

E foi aí que começou... A atmosfera de "magia e mistério" era demais para aquele garoto que lia tantos livros de ficção, que gostava de histórias de Sherlock Holmes e seres fantásticos, como os que se viam em Nárnia.

Mas não posso dizer que tudo mudou a partir daquele momento. Posso dizer que foi aí que tudo começou. Depois que passei a desenvolver-me musicalmente.

Mas hoje, olhando para trás, fica claro que naquele momento meus "olhos" foram abertos para ouvir a verdadeira música. Eu não precisava de imagens, palavras ou qualquer outra coisa para que meu coração pegasse fogo ouvindo aquilo! Eu só precisava fechar meus olhos e deixar aquilo invadir a minha mente e me completar!

Até hoje sinto o mesmo fogo quando ouço Marcha Eslava, por exemplo (e como não sentir, não é?). E é assim que sei que naquele primeiro momento, Deus abriu a porta para o mundo da música, porque sinto a mesma paixão. Ainda é o mesmo fogo que arde porque foi colocado ali pelo propósito d'Aquele que sempre vive!

Eu sei que foi aí que tudo começou. Foi com Tchaikovsky e o Lago dos Cisnes. Foi com a Marcha Eslava. E é interessante que até anos depois, quando comecei a estudar piano, o Lago dos Cisnes era uma das peças que eu fazia questão de aprender a tocar, tal fora a marca daquela primeira vez.

Este foi o começo da breve vida deste compositor. Da próxima vez vou tentar "liricizar" (será que existe esse verbo?) mais a história, vamos ver o que consigo fazer.

Ah! Deixo os links das duas obras que citei. Aproveitem e entendam porque eu me apaixonei pelo mundo da música.

LAGO DOS CISNES                 MARCHA ESLAVA

S. D. G.

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