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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Apologética - Evolução ou Criação II

Então, continuando aquilo que já estávamos discutindo. Vimos então em linhas gerais o que é o criacionismo, a doutrina que defende que tudo que veio a existir deu-se pela ação de Deus; e também o evolucionismo que, em linhas gerais, defende a geração da vida a partir de determinadas condições e que a partir deste primeiro ser vivo, originaram-se os outros por modificações.

No post de hoje gostaria de demonstrar alguns problemas da teoria evolucionista e (surprise!) citando inclusive pessoas que não são necessariamente cristãs e que nos trazem fortes argumentos quanto à coerência e o desenvolvimento das teorias evolucionistas. Vamos começar com isso, shall we? Depois falamos do evolucionismo teísta e fazemos uma conclusão.

Obs.: os próximos argumentos foram compilados deste artigo, encontrado no Monergismo.




Ora, um dos principais argumentos evolucionistas é que a vida teria surgido de um organismo simples e que este fora tornando-se mais complexo à medida que fora sofrendo alterações e modificações. Pode-se começar argumentando que os próprios avanços da Biologia Molecular demonstram que a célula é muito mais do que um simples ser vivo, funcionando quase como uma cidade em seu interior.

Além disso, é próprio da doutrina evolucionista que a é a diversidade que pode produzir descendentes com mais capacidade de adaptação, logo, WOESE, Carl, in “Theory challenges Darwin doctrine of common descent”, UniSci: Daily University Science News (June 18, 2002), University of Illinois, argumenta que a origem da vida pode ser muito mais fácil se houver mais de um ancestral.

Outro fato difícil para a teoria evolucionista argumentar é a explosão cambriana (google it), pois o Darwinismo pressupõe mudanças graduais lentas, não o surgimento abrupto de mais de 30 filos de animais e depois nenhum outro filo: o surgimento súbito de formas complexas de vida aconteceu há uns 525 milhões de anos. Não surgiram grupos principais de animais desde então, conforme  GOULD, Stephen Jay, Wonderful Life: The Burgess Shale and the Nature of History (Nova York: W. W. Norton, 1989).

Quanto a esta questão das mudanças graduais lentas, outro argumento é que o evolucionismo exige mudança gradual de uma forma se transformando em outra, porém as novas formas de vida aparecem sem longa sucessão de ancestrais óbvios, conforme PATTERSON, Colin, IN Phillip E. Johnson, Darwin on Trial , (Downer's Grove, IL: InterVarsity Press, 1993), p. 23-24.

Além disso, se o evolucionismo pensa em mudanças graduais e aleatórias, é possível argumentar que não há tempo suficiente para esta evolução aleatória, conforme YOCKEY, H., Information Theory and Molecular Biology (Cambridge: Cambridge University Press, 1992), cap. 9.

Pensando nas mudanças graduais ainda, o evolucionismo defende que isto acontece por conta da necessidade de adaptação, fruto do processo de seleção natural. Porém, é possível argumentar que a seleção natural pode não conferir vantagem para sobrevivência, pois as criaturas que evoluem menos parecem viver muito mais, conforme TAYLOR , Gordon Rattray, The Great Evolutionary Mystery (Londres: Secker & Warburg, 1983), p. 87-88.

Some-se a isto o fato de que algumas criaturas sobrevivem por eras sem evoluir (barata, celacanto - figura ao lado): contrário à teoria, eles variam mas não evoluem, conforme GRASSÉ, Pierre-Paul, evolution of Living Organisms: Evidence for a New Theory of Transformation [1973] (Nova York: Academic Press, 1977), p. 87-88.

Ainda neste tema das mudanças graduais, é difícil para o evolucionismo explicar novos desenvolvimentos importantes, tais quais estruturas complexas como o pulmão das aves, o olho das lagostas, o flagelo bacteriano devem surgir por acaso: não existe caminho nítido para o acaso na maioria dos casos, conforme DENTON, Michael. In “An Interview with Michael Denton”, Origins Research (July 20, 1995), vol. 15, # 2.

O que Denton está argumentando, está ligado com o fato de que nem sempre micro-desenvolvimentos são capazes de formar um todo. Veja-se por exemplo o olho. Esta estrutura só é capaz de funcionar se ela já estiver totalmente montada: se você o "desmontar" e depois "remontar", a simples somatória das partes não é suficiente para que a estrutura seja funcional ou completa.

Estas mudanças graduais são realmente um problema para o evolucionismo, já que novas formas de vida aparecem de forma comparativamente súbita e não gradualmente como Darwin pensou, conforme GOULD, Stephen Jay, “Evolution's erratic pace”, in Natural History (May 1977), vol. 136:5:14.

Quanto ao processo da seleção natural, o evolucionismo deveria ser capaz de explicar as grandes mudanças: evidência para pequenas mudanças via seleção natural é comum, mas para grandes mudanças é rara, conforme Patterson (1993 - já citado acima).

Ainda, como pode o evolucionismo explicar a geração da vida de modo espontâneo? Isto para não querer aprofundar a questão das farsas né? Quem já ouviu falar do Homem Piltdown, que era pra ser o famoso "elo perdido" na formação dos primatas?

Esta aí foi uma farsa das boas que ocorreu no começo do século XX, quando descobriram um crânio que parecia ser de um animal transicional entre o homem e os primatas "menos evoluídos". O que o cara fez: pegou o crânio de um macaco e usaram processos químicos para envelhecer, combinando com partes de um crânio humano. Foi só nos anos 1950 que descobriram que era uma farsa.

Veja que por conta destas muitas dificuldades, o evolucionismo é uma ideia que tem que estar constantemente se alterando para poder se encaixar na realidade: ele não consegue explicá-la de maneira geral, pois volta e meia encontra algo que parece desmenti-lo. Ao contrário do que acontece com a Bíblia, que permanece a mesma...

São muitos os argumentos, mas vou finalizar aqui com o que considero o principal: é a questão das faculdades cognitivas no evolucionismo materialista/naturalista. Veja bem: qual é o objetivo da evolução e desses processos para os seres vivos, segundo a teoria evolucionista? Sobrevivência. Por meio de que? Da adaptação. Certinho. Porém, conforme a Psicologia Evolutiva pode comprovar, argumenta-se que, para sobrevivência, os grupos podem se comportar de determinada maneira ou outra, adaptando-se à situação. Certinho.

Eis o problema: se todos os processos tendem à sobrevivência, por meio da adaptação, inclusive os processos sociais e cognitivos, estes processos tenderiam à adaptação... e não à verdade! Veja bem! O próprio naturalismo se refuta: pois, baseado nos seus pressupostos mais basilares, eu não poderia confiar no meu próprio processo cognitivo, porque ele tenderia à minha sobrevivência ou adaptação, e não necessariamente me conduziria à verdade!

Não estou afirmando que ele nunca conduziria, pode ser que sim. Mas é aí que está o problema: quem garante que está certo, se nem nos meus processos cognitivos eu posso confiar, tendo em vista que eles podem ou não (!) me levar ao caminho certo?

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Pretendia terminar aqui falando sobre o evolucionismo teísta, mas o post vai acabar ficando um pouco grande. Vamos deixar para falar sobre isto no próximo, que deve ser mais sucinto, e passar para um conclusão a respeito deste tema.

Até lá, seja Deus vosso guia e vossa luz. A Ele toda a glória.

S.D.G.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Apologética - Evolução ou Criação III

Olá a todos! Vamos terminar este tópico tão polêmico, mas que é de grande importância ser estudado, especialmente quando vivemos numa sociedade crescentemente materialista, que visa negar muitos aspectos da realidade, diminuindo-os ao seu simplismo argumentativo.

Nos últimos dois posts temos visto um bocado sobre evolucionismo e criacionismo. Começamos por falar de maneira abrangente sobre as duas teorias, demonstrando como são diametralmente opostas em diversos pontos. No segundo post, demonstramos alguns argumentos - feito por pessoas não-cristãs(!) e publicados em periódicos de renome - sobre as dificuldades da teoria evolucionista.

Neste post vamos pensar na seguinte questão: mas será que não pode haver um meio-termo entre as duas teorias? Será que Deus não pode ter criado tudo de maneira metafórica, como se cada dia da criação fosse na verdade centenas de milhares de anos? Será que Deus necessariamente teve que criar daquela forma, ou não seria possível entender isto de uma maneira mais amena? 


O evolucionismo teísta entende que os organismos vivos apareceram pelo processo de evolução darwinista, mas Deus guiou este processo para garantir o resultado que queria; dessa forma, Deus interveio apenas nos pontos cruciais, como a criação da matéria e da vida. De qualquer forma, os evolucionistas teístas creem que a mutação casual levou à evolução. Vamos ver algumas dificuldades desta abordagem:
"Disse também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez." Gn. 1:24
Nosso Deus age com intencionalidade e propósito, este é um dos grandes poréns: a vida não poderia ocorrer por acaso. Enquanto os evolucionistas teístas creem que o acaso foi a força motriz para o desenvolvimento e mudança, não podemos concordar com um Deus que vai "polindo arestas" no meio tempo. Ou seja, Deus não foi “eliminando imperfeições” que surgiram ao acaso. Olha só:
"E fez Deus os animais selváticos segundo a sua espécie, e os animais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os répteis da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom." Gn. 1:25
A Bíblia sempre enfatiza o "bom" da criação de Deus, e não fala das várias tentativas que "não ficaram tão boas" ou "não deram muito certo". Outra coisa que a Bíblia está constantemente enfatizando (e algo sobre o qual eu já escrevi extensamente aqui): o poder da palavra de Deus: 
"Os céus por sua palavra de fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. [...] Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir." Sl. 33:6,9
Continuando: Deus não interveio apenas em determinados momentos, porque Ele não é omisso. Ele não é o "relojoeiro" que fez tudo e depois só deu corda. Antes, Ele está na história da humanidade e nos detalhes da natureza, Deus esteve presente e ativo no mundo desde sua origem, veja os textos:
"Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe." Sl. 139:1
"Observai pois as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?" Mt. 26:30
E outro problema fatal do evolucionismo teísta: como é que se deu a criação do homem? Pelo evolucionismo teísta, ele teria sido parte do processo de seleção natural e evolução conduzido por Deus. Só que no texto bíblico, o homem não veio de formas anteriores:
"Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente." Gn. 2:7
A criação diferenciada não está apenas em ter formado o homem do pó da terra, mas especialmente em ter lhe soprado nas narinas o fôlego da vida, coisa que não fez com os outros animais, dotando o ser humano de capacidades especiais que seriam peculiares a ele somente. 

Porém, no evolucionismo teísta, se a evolução foi um processo contínuo, quem foram Adão e Eva? Ou seja, quem foi o primeiro homem e a primeira mulher? Em que ponto da "evolução", poder-se-ia dizer que aquele era o primeiro homem e que aquela era a primeira mulher. E mais: neste processo evolutivo, quando foi a queda? Quando é que o homem pecou? Como foi isso no processo da evolução teísta?

Veja como argumentos simplistas - no sentido de serem simples e ao mesmo tempo querem subjugar as outras noções aos seus interesses, de modo a tentar torná-las "elegantes" num raciocínio forçado - podem pôr à prova toda a fundação da fé cristã. Crer no evolucionismo teísta põe em cheque não só o Gênesis, mas toda a Bíblia.

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Meus caros, tenho repetido isto diversas vezes: o problema principal do homem não é reconhecer Deus, é submeter-se a Ele. A teoria da evolução é só mais uma tentativa de tirar o poder das mãos de Deus. Aliás, esta foi uma das grandes razões pela qual ela se popularizou quando da sua origem: o fato de não incluir o fator sobrenatural. Nesta teoria, o homem diz colocar na natureza o poder para sua trajetória, mas, na verdade, está querendo tomar para si.

Quando falamos da origem da vida, o segredo é: não podemos duvidar do poder de Deus. Eu sei muito bem que Ele tem poder para fazer a realidade em 06 trilhões de anos, mas também tem poder para fazê-lo em 06 dias, 06 horas ou 06 segundos. 

Os antigos rabinos judeus não entendiam os 06 dias do Gênesis como 06 dias exatos: eles criam que na verdade, Deus fez tudo de uma vez só (como se fossem 06 milésimos de segundo) e que o Gênesis era apenas uma explicação didática para que o homem fosse capaz de entender - tamanha era a crença deles no poder de Deus! 

Eu consigo muito bem acreditar que Deus criou as coisas já "velhas": assim como o homem do texto bíblico não nasceu criança e depois cresceu, eu mesmo entendo que Deus criou uma árvore já com diversas camadas de "idade" assim como uma rocha bem no meio do oceano. O meu Deus é poderoso o suficiente para criar tudo o que existe apenas com o poder de sua voz!

Além disso, o Criador nos fez com um propósito: temos que lembrar disso e buscar glorificar a Deus através das nossas vidas e de Sua criação: seja argumentando, defendendo nossa fé, seja vivendo esta verdade em nossas vidas, seja buscando na ciência mais formas de glorificar ao Criador que tem providenciado tudo que precisamos e ainda mais, pois está sempre presente!

Seja este Deus criador vosso guia e vossa luz.
A Ele toda a glória!


S.D.G.

Apologética - Evolução ou Criação I

Meus caros, depois de um mês aí de estudos sobre a família lá na II IPBV, findei não postando aqui o resultado das aulas com os adolescentes. Mas, finalmente, estamos retomando os estudos de apologética aí e têm sido muito bons. 

Lembrando que estamos falando aqui numa perspectiva pós-debate sobre Relativismo, Bíblia, Deus, Fé e Ciência... Estou citando isto porque muitos versículos bíblicos serão usados. Se você está lendo isto e entende que os textos bíblicos não são válidos ou que o que se refere a Deus não lhe é importante, recomendo os outros posts sobre estes assuntos aqui: "Relativismo", "Bíblia" I, "Bíblia" II, "Deus" I, "Deus" II.

Agora vamos lá.



O criacionismo é um dos pilares da fé cristã. Se isto for apenas um mito... então a Bíblia toda pode ser um mito também... Mas antes de tirarmos conclusões, é preciso entender o que cada uma das teorias diz e buscar respostas: o evolucionismo é uma teoria perfeita? O evolucionismo é compatível com o criacionismo? É possível encontrar meios-termos no processo? Vejamos.

Em primeiro lugar, vamos dar a noção geral do criacionismo: Deus originou o universo a partir do nada, tudo era originalmente bom e Ele criou para Sua glória. É a própria Bíblia que argumenta que Deus criou a partir do nada (nihilo):
"Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. Ele ajunta em montão as águas do mar; e em reservatório encerra as grandes vagas. Tema ao SENHOR toda a terra, temam-no todos os habitantes do mundo. Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir." Sl. 33:6-9
"Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez." Jo. 1:3
"pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades." Cl. 1:16
Outro aspecto importante da criação é que nem todos os seres foram criados da mesma maneira. O homem e a mulher tiverem uma criação diferenciada, espelhando a imagem de Deus, para glorificá-Lo:
"Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. [...] Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe." Gn. 2:7,21-22
Outro aspecto da criação é que ela é distinta de Deus, ou seja, Ele não é parte da criação como uma força abstrata ou um componente essencial de tudo; porém, não se pode dizer que a criação é independente de Deus, ao contrário, ela depende d'Ele. Esta propriedade é que chamamos de "imanente", que significa "permanecer em": Deus não deixou a criação a de lado.

É importante lembrar destes aspectos, porque ainda há muitos resquícios do panteísmo em nossa sociedade contemporânea. Sem falar do esoterismo ou das religiões orientais onde isto abunda, pense na "Força" de Star Wars: é como uma entidade abstrata que está presente em tudo, mas Deus não é assim. Tampouco Deus é como um relojoeiro que fez o relógio e apenas "deu corda" e partiu. Veja os textos:
"Na sua mão está a alma de todo ser vivente e o espírito de todo o gênero humano." Jó 12:10
"Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste." Cl. 1:17
Continuando com a definição que vimos do Criacionismo, temos que Deus criou o universo para a Sua glória. Primeira coisa: Deus não precisa da criação para ter a Sua glória, Ele não depende do que nós podemos fazer para sua satisfação ou existência propriamente dita. Deus fez isto apenas pela Sua graça, pela sua vontade de proporcionar esta realidade e, claro, para o Seu deleite. 

Veja, até isto é reflexo: nós mesmos ficamos felizes quando criamos alguma coisa e temos prazer nisto, assim também é Deus. Ele não precisa de uma vanglória, Ele já tem toda a glória. Justamente por refletir isto é que a criação foi feita para demonstrar a glória de Deus: 
"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite." Sl. 19:1,2
"Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas." Ap. 4:11
O último aspecto do Criacionismo (e que foi essencial para o estabelecimento da Ciência tal qual a temos hoje - coisa que vimos nos últimos posts) é que o universo era essencialmente bom. Pra não ter que citar Gênesis (onde isto é repetido algumas vezes, vamos com um texto do N.T.):
"pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado." I Tm. 4:4,5
Deus teve prazer na criação após terminá-la, pois viu que era boa. A matéria em si não é algo originalmente ruim: ela é parte da criação de Deus. Esta noção foi essencial para que os primeiros cientistas trouxessem à tona a possibilidade de compreender o universo e a realidade, pois, se Deus criou, então pode e deve ser bem estudado.

Agora que vimos o Criacionismo com algum detalhe, outra coisa deve ser destacada: note como a ideia de Criação não é algo apenas do Gênesis. Citamos diversos textos que mostram como esta doutrina é basilar para o exercício da fé cristã: a ideia da criação perpassa toda a Bíblia.


Em primeiro lugar, é preciso fazer uma distinção antes de falarmos do evolucionismo. Quando se fala "evolução", muitas conotações ou denotações podem vir desse termo, então vamos fazer uma divisão: microevolução e macroevolução. 

Microevolução se trata de pequenas variações dentro das espécies como imunidades que se desenvolvem nos organismos, alterações no tamanho ou altura de animais com o tempo. A microevolução não é um problema para a teoria criacionista, inclusive, ela é tratada tranquilamente, por ser um fato visível e que não contradiz a ideia de que Deus continua operando na criação.

A macroevolução, por sua vez, está ligada com a Teoria Geral da Evolução. É preciso lembrar que há outras teorias da evolução e desenvolvimentos de diversas teorias, porém os postulados básicos delas são os mesmos: que substâncias sem vida deram origem ao primeiro ser vivo e que este diversificou-se e produziu a diversidade da vida.

Logo, o evolucionismo defende que os seres vivos evoluíram a partir de um ancestral comum. Vamos logo esclarecer: o evolucionismo NÃO DEFENDE que o homem veio do macaco. Se estamos fazendo um debate sincero entre as ideias, é preciso desmistificar logo isto de cara, tentar reduzir a ideia do outro a um absurdo é apenas uma técnica linguística, não um argumento intelectual. 

O evolucionismo defende que mutações graduais, por meio de variações espontâneas e aleatórias ocorreram, o que gerou a diversidade da vida; além disso, esta vida passou por um processo de seleção natural, onde a sobrevivência estaria nas mãos dos mais aptos (não dos "mais fortes", importante lembrar) e que isto levaria a uma mudança nos próprios seres (genética, em última instância).

Esta teoria está pautada pelo naturalismo/materialismo, ou seja, entende que a realidade só pode ser pautada pelos sentidos, por aquilo que é (em sua essência) material. Logo, a vida é resultado dos processos da natureza: a sopa primordial de componentes químicos foi um acaso que possibilitou o surgimento de tudo o que vemos na natureza.

Neste ponto, já podemos destacar algumas dificuldades entre as teorias:

Criação
Evolução
Sobrenaturalista → através do Criador
Naturalista → processos naturais sem intervenção alguma
Externamente dirigida → o Criador dá a manutenção da obra através de processos
Autossuficiente → tudo é explicado em termos evolutivos
Dotada de propósito → o Criador trouxe à existência com um fim em mente
Destituída de propósito → obra do mero acaso
Concluída → o Criador completou Sua obra
Constante → tudo continua em evolução
Extraído de: JUNIOR, Wilson Porte. Teologia Evolucionista? Barro, Macaco e Homo Sapiens. IN: Monergismo, 2016. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/criacao/teologia_evolucionista.htm. 

Vemos, portanto, que as teorias criacionista e evolucionista são diametralmente opostas em diversos sentidos e que uma necessariamente leva à exclusão da outra. Mas é possível identificar falhas na teoria evolucionista? Ou ainda: será que não é possível encontrar meios-termos que unam as duas teorias? O que é o evolucionismo teísta? 

Estas e outras perguntas vamos responder no próximo post! 
Até lá, seja Deus vosso guia e vossa luz!

S.D.G.